'Mais uma e nada muda', diz mãe da menina Heloísa, baleada e morta há 1 ano em abordagem da PRF

  • 25/12/2024
(Foto: Reprodução)
Criança de 3 anos estava no carro da família, no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica, em setembro de 2023, quando foi atingida. Jovem de 26 anos estava indo passar o Natal na casa de parentes em Itaipu, em Niterói, quando o veículo foi alvo de disparos em Caxias. Mãe da menina Heloísa desabafa sobre jovem baleada em ação da PRF Redes sociais A mãe da menina Heloísa, que foi morta há 1 ano em uma ação da Polícia Rodoviária Federal no Arco Metropolitano, lamentou o caso da jovem de 26 anos que foi atingida por agentes federais na noite da véspera de Natal em uma rodovia do RJ. "Mais uma e nada muda", postou Alana Santos nas redes sociais. O caso fez com que ela revivesse o próprio luto - que deixou marcas profundas na família. A criança tinha apenas 3 anos quando foi atingida por disparos de fuzil depois que uma equipe da PRF abriu fogo contra o carro da família do feriado da Independência. A família recebeu uma ordem de parada dos policiais e, enquanto o pai dava a seta e se dirigia para o acostamento, três tiros foram disparados. A menina morreu dias depois, no Hospital Adão Pereira Nunes, o mesmo para onde Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi levada. "Ler isso é reviver tudo que passamos. Hoje passei por lá [Arco Metropolitano] nunca me controlo, sempre me emociono muito! Que crueldade novamente!", desabafou. Vitor Almada, superintendente da PRF no RJ, disse que, em depoimento, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro da família de Juliana, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco. Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi baleada na BR-040 Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM: Agentes envolvidos são afastados pela PRF 'Pensei que era bandido atirando', disse pai da jovem 'Começaram a mandar tiro em cima da gente', falou mãe A equipe era formada por dois homens e uma mulher. São policiais rodoviários federais que costumam trabalhar mais em serviço administrativo e estavam fazendo patrulhamento em escala de plantão de Natal. Os policiais usavam dois fuzis e uma pistola automática. As armas foram apreendidas para perícia. De acordo com Almada, os policiais alegaram que ouviram disparos quando se aproximaram do carro, deduziram que vinha dele, mas depois descobriram que tinham cometido um grave equívoco. Leandro Almada disse que está investigando uma situação que teria ocorrido na mesma estrada alguns quilômetros antes, com outra patrulha da PRF. Segundo os relatos que chegaram até o superintendente do Rio, uma equipe dava apoio a um carro quebrado no acostamento quando teria sido alvo de um atentado a tiros. Um carro teria passado atirando contra os policiais. Todos se jogaram no chão e ninguém se feriu. Também segundo o que chegou ao superintendente, houve um alerta no rádio sobre este ataque. E a patrulha que estava mais à frente foi a que se envolveu neste episódio do carro da Juliana. Tudo isso está sendo investigado internamente e também pela Polícia Federal. Vitor Almada afirmou que “nada justifica o que aconteceu.” E que “a abordagem foi totalmente equivocada e fora dos padrões de treinamento.” O superintendente disse que determinou uma investigação rigorosa. Afirma que - para que haja total independência - foi ele próprio quem pediu que a PF investigue o caso. Vitor Almada lamentou profundamente o ocorrido, pediu desculpas à família da Juliana e coloca a PRF totalmente à disposição da família para o que for necessário. 'Pensei que era bandido com o carro da polícia atirando em mim', diz pai de jovem baleada Indo para a ceia de Natal Juliana estava indo com a família passar o Natal na casa de parentes em Itaipu, em Niterói, quando o veículo foi alvo de disparos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O pai, Alexandre Rangel, de 53 anos, que dirigia o veículo, disse que quando ouviu a sirene do carro da polícia logo ligou a seta para sinalizar que ia encostar, mas os agentes já saíram do veículo atirando. “Falei para a minha filha: ‘Abaixa, abaixa’. Eu abaixei, meu filho deitou no fundo do carro, mas infelizmente o tiro pegou na minha filha. Eles já desceram do carro perguntando: 'Por que você atirou no meu carro?’. Só que nem arma eu tenho, como é que eu atirei em você?”, disse Alexandre. Juliana foi submetida a uma cirurgia. Seu estado de saúde é considerado gravíssimo, segundo a prefeitura de Duque de Caxias. Alexandre também foi baleado na mão esquerda, mas não teve fraturas e recebeu alta na noite de terça. Nota da PRF "Na manhã desta quarta-feira (25), a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília/DF, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de ontem, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais. A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso." Nota da PF "A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar os fatos relacionados à ocorrência registrada na noite desta terça-feira (24/12), no Rio de Janeiro, envolvendo policiais rodoviários federais. Após ser acionada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), uma equipe da Polícia Federal esteve no local para realizar as medidas iniciais, que incluíram a perícia do local, a coleta de depoimentos dos policiais rodoviários federais e das vítimas, além da apreensão das armas para análise pela perícia técnica criminal."

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/12/25/mae-da-menina-heloisa-baleada-e-morta-ha-1-ano-em-abordagem-da-prf-desabafa.ghtml


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